A ideia das mercearias gourmet passa quase sempre por vender coisas banais em embalagens caras — frascos, potes ou as cestas frou-frou que transformam uma mera compota num biblô carote.
Ora, a primeira vez que olhei para a Oliveira do Cerro pensei: mais uma. Enganei-me. A pequena loja do mercado de Algés não tem à frente um empreendedor novato com habilidades de marketeer e workshops de vinho, mas uma mulher da Madeira, que sabe mesmo de produtos regionais portugueses e explica coisas essenciais para a vida das pessoas, como por exemplo porque é que o queijo de cabra do Guilherme é diferente do queijo de cabra Queijeiro do Alentejo (o primeiro leva cardo; prefiro o segundo, já agora).
A oferta é curta mas seleccionada. Dos Açores vêm bolos lêvedos (Furnas), queijo São Jorge com 24 meses de cura ou a extraordinária manteiga da Uniflores, por exemplo. Outra afeição é a região de Proença-a-Nova. Um produtor “amigo” traz umas painhas extraordinárias e maranhos frescos. De outra amiga, a Zélia, chegam as filhós e o bolo finto.
Para Sul, também há opções, das empadas e pastéis de toucinho de Arraiolos ao pão de Mértola.
O meu conselho: poupe uns trocos no food court e abasteça-se nesta Oliveira do Mercado de Algés. Uma mercearia a sério.
Gosto tanto desta casinha. Sempre que posso, passo por lá para fazer as minhas compras, para eu comer e para oferecer!!! 😀 É tudo tão bom….Beijinhos para a D Guida e para o Sr Ricardo