Sempre que alguém nos sugere um sítio esse sítio perde – vá lá — 10 por cento do encanto. Pode ser o melhor restaurante onde já alguma vez havemos de comer, pode ser a maior pechincha das nossas vidas. Mas não fomos nós que o descobrimos. E descobrir é fixe.
Talvez, por isso, um dos melhores momentos gastronómicos da viagem a Washington DC tenha sido a Pitango Gelato.
Já estávamos no último dia da estadia e eu ia do Newseum para o Museu do Crime (ambos bem interessantes, por sinal), a subir a Rua 7 em direcção a Chinatown. Na porta da loja, vidrada, estava um artigo do Washington Post, que elogiava os produtos usados: leite fresco, vacas de pasto da Pensilvânia, ovos de galinhas criadas ao ar livre — tudo muito organic e sustentável.
Uma vez lá dentro, perguntei ao senhor o que recomendava e o senhor não deu a resposta que os senhores dão em 43 por cento das vezes (“depende”, segundo contas rigorosas feitas por mim agora mesmo).
“Cream e Pistáchio”
Assim, sem hesitações.
Cinco dólares e meio, um copinho com dois sabores. Mal dei a primeira colherada, percebi a textura cremosa mas densa (bem diferente da dos gelados, com maior concentração de gordura láctea mas menos elasticidade). Depois, aquilo entrou na boca e há um momento em que, tenho quase a certeza, fechei os olhos.
Nunca um pistáchio saberá tão bem como aquele sorvete de pistáchio. Mesmo admitindo que venha de Bronte, na Sicília, e diz que vem. Não tem comparação. Quem dera ao pistáchio.
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