Chegámos tarde a Alfarim, onde vamos estar o resto das férias, mas os miúdos quiseram mesmo assim ir ver a praia. No regresso do areal, cá em cima, sentiam-se aromas exóticos, exalados por tufos dispersos na duna.
Lá estava, por exemplo, a planta do caril, ou caril-das-areias, ou perpétua-das-areias, ou Helichrysum italicum. Não confundir com a kari patta ou Murraya Koenigii, cujas folhas são usadas na preparação de pratos de caril. Este caril-das-areias cheira de facto a caril, também é comestível, mas não tem o mesmo valor culinário, sendo usado sobretudo em óleos, chás e em produtos processados, como pastilhas elásticas.
Aproximei-me depois de outro tufo . Tirei umas folhas, levei-as ao nariz e fiquei extasiado. “Tomilho!”, gritei. “Isto é tomilho!” A Sílvia não se mostrou emocionada: “Nem penses que vais pôr isso na comida”.
A folha era mais carnuda do que a do tomilho normal ou do tomilho limão. Mas o cheiro não enganava. Fui pesquisar e descobri que se trata de uma planta endémica (embora algumas fontes indiquem a presença também no sul de Espanha), relativamente rara e desconhecida, a Thymus carnosus. Em bases de dados anglo-saxónicas apelidam-na mesmo de tomilho português, tendo sido localizada na costa a sul de Setúbal e na zona da Ria Formosa, no Algarve.
E eu que estou a fazer uma horta de plantas aromáticas vou passar a seguir o teu blogue! Desconhecia esta variedade de tomilho 🙂
Eu também desconhecia, Né. Mas é muito parecido com o tomilho clássico. A não ser que tenhas uma duna em casa, ao pé do mar, julgo que não se vai dar bem… Aconselho o tomilho limão. Bjs
llooll! Uma duna na varanda não iria dar, mas vou pelo tomilho limão! 🙂
Não conheces a varanda do Duarte Lima.